4/08/2007

Fugiu!

Onde está ele?
Parece que não estás mais aí?
Não, não, pra baixo não...
Vire-se pra mim,
Olhe pra mim,
Onde está aquele olhar
Aquele por quem me apaixonei
Aquele que me deixou sem saída
Aquele que me virou a cabeça
Aquele que agora já não existe
Jaz em si mesma!
O que vejo?
Nada mais que uma beleza superficial
Uma carcaça insentimental
Um sorriso sem olhar
Do que vale um sorriso sem olhar?
É perdão sem abraço
Choro de alegria
Canto de tristeza
Vida sem dor
Mas enfim segue a vida!

4/02/2007

Um dia com você - Parte I

Hoje você acordou ao meu lado
Sussurrou palavras doces ao meu ouvido
Acariciou minhas costas
Aconchegou-me em seus braços
Esquentou-me com suas mãos
E quando te perguntei por que estavas ali
Simplesmente abriu-me um sorriso
E logo após fechou os olhos
E me puxou entre seus seios
Para consolar minha dor.
Apertou-me contra seu colo
Afagou minha nuca
Beijou minha testa
E me envolveu entre suas pernas nuas
E ardentes de sentimentos por mim
Fiquei ali e adormeci novamente.
Impunemente você invadiu meus sonhos
Lançou-me em becos sem saídas
Em labirintos desérticos
Em estradas floridas de fantasias
Que me tiras da imaginação.
Acordei e você estava de pé me observando
Fiquei por alguns minutos deitado
E você sem dizer nada me fitava.
Tomei coragem e me levantei subitamente
Fui para o banheiro e logo atrás você aparece
Com toda sua beleza, sua intensidade, seu calor.
Baixei a cabeça diante de sua presença
Refleti sobre meus sonhos e minha esperança
E titubeei quase desmaiando de amor.
Almoçamos vendo qualquer coisa na TV
Silenciados pela distância de nossos corações.
Fumei meu último cigarro e cansado
Adormeci em seus braços.
Que aconchego estranho!
Que dor tediante!
Que vida delirante!
Que desabafo apaixonante!
Fui correr para tentar te esquecer
Mas em todos os olhos que cruzei
Vi sua aura refletida.
Você insistia em me seguir
Em me perseguir
Em me dizer: estou aqui!
Sua presença foi uma constante
Em todos os instantes desse dia
Que agora a noite vem intensificar.

Tentei chorar para me aliviar
Mas meus olhos estavam secos de suor de tanto lutar.
Por isso te descrevi neste final de noite
E, agora, olhando dentro de teus olhos, pergunto:
Tristeza, por que não vais embora?
Por que não me deixas em paz?
Por que não me deixas viver solitário?
Por que insistes em invadir meus pensamentos?
Por que me agarras e não me deixas viver?
Por que me afagas em tuas entranhas?
Por que me torturas em seus lábios?
Por que gritas em meus ouvidos?
Por que não somes na escuridão da noite?
Por que?