2/05/2008

Sou um pedreiro

Sou um pedreiro
Não construo casas,
Não ergo prédios,
Não levanto arranha-céus
Mas continuo sendo um pedreiro.
Não uso massas,
Não sujo as mãos,
Não utilizo tijolos, nem azulejos.
Mas permaneço pedreiro.
Não tenho ajudantes,
Não uso pás,
Nem calo nas mãos tenho.
Mas sinto-me pedreiro.
Sou tão pedreiro
que muros ergui a minha volta
que de tão altos me escondi.
Minha obra é metafórica,
Arquitetadas idéia por idéia,
Tão alicerçadas por minha mente,
Que nem tente derrubá-las.
De massa usei meu corpo,
Para o ponto água e sangue.
A cada tijolo colocado,
Meu corpo desfacelado.
Foram tantos e tantos
Que pouco restou.
Apenas uma carcaça
Que diz quem sou:
Sou um pedreiro.

4 comentários:

Anônimo disse...

Antes de ser um pedreiro, o pedreiro é um homem e vc tentou tirar dele a dimensão sentimental que existe até no mais cruel dos homens. Ficando apenas com a função "pedreiro" voçê não foi além de um "homem" que esconde os sentimentos atrás dos concretos.

Gaia disse...

Gostei muito dos teus poemas sabia?
um abraço!

Gaia disse...

Oi Leandro, eu acho que encontrei teu blog clicando em outros blogs... ou então foi pelo google, digitando "poesias". Não sei ao certo.
beijos
:o)

Lenita disse...

Poeta é pedreiro; as palavras, tijolos e a criatividade, cimento!