9/08/2006

Amor, morte e política: três movimentos de um ego

Não consigo te chorar.
Por isso te escrevo,
Te descrevo,
Te esqueço,
Te abandono na esquina.
Mas te reencontro.
E tento te esquecer,
Mas não consigo.
Por isso me abandono,
Me esqueço no vazio,
No frio,
No cigarro,
No teclado.
Tento te descrever,
Mas não me lembro
Da esquina que te deixei
E que te chorei tantas vezes.

Quando vivo penso no trabalho.
Quando trabalho penso na morte.
Quando morrer, não pensarei em mais nada.

Parte de uma massa controlada pelas próprias necessidades.
Necessidades criadas para controle da mente.
Mente que controla minha criação massificada.
TV, DVD, VHS, MP3, LX, PX: siglas de um universo moderno faústico.
Novelíngua! O controle é concretamente abstrato e eficaz.
Signos de uma nova ciência esquizofrênica.
Ótica de signos introjetados, consolidados.
Sem id, sem superego, sem dinheiro para se massificar
E tornar-se diferentemente igual.

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